Há duas atitudes claras e contrapostas na atual campanha eleitoral angolana. Uma de reforço de entusiasmo pela mudança, estimulação positiva, compreensão do processo político pelo seu dinamismo e pela possibilidade de crescimento. Já sabemos qual é.
A outra também sabemos, agora tem no entanto uma nova particularidade. Já antes essa estratégia 'retórico-social' era usada, mas dissimuladamente no que diz respeito aos discursos de campanha: com a população na miséria, exibir a riqueza que viria da filiação ao partido e da submissão às estratégias do poder real.
Antes isso era criticado e os desse lado procuravam disfarçar, mas agora perceberam que, se o povo está na miséria, mesmo que em consequência da má governação, devemos acenar-lhe com a nossa riqueza, para que ele vote em nós pensando que vai ter a sua esmola. Então, 'miúdas bonitas', 'marido bonito', o relógio caro e dourado a brilhar ao sol, a pulseira cara, a roupa cara, carros e jipes topo de gama, tudo a mostrar que há riqueza no país e está, sim, nas mãos do MPLA e, portanto, quem quer desfrutar dela tem de ficar também nas mãos do MPLA.
Mas desde 1975 que muita gente pobre continua nas mãos do MPLA. Acorda, irmão!