O PRS, na Assembleia Nacional, falou da repressão na Lunda. Mas, estranhamente, em vez de o fazer em nome da liberdade afirmou que isso (suponho que a repressão em geral) vai contra a cultura banto. Infelizmente, nessa como noutras culturas, há demasiados exemplos de autoritarismo e repressão para podermos falar assim.
A UNITA, na Assembleia Nacional, falou da repressão nos seus bastiões. Mas, em vez de o fazer em nome da liberdade, sublinhou que o caso era com um português e que a polícia foi lá quando ele chamou e que ele não pagava salários. O problema, pelos vistos, não é não pagar salários, nem haver repressão, mas haver um português.
Cada um falou da sua região, não do país.
Se querem imitar as revoltas árabes há dois procedimentos básicos: primeiro, promover o sentimento do país, da unidade nacional (até na Líbia, onde as divisões tribais são muito importantes, todos sublinham que o país é só um e a liberdade é para todo o país); segundo, promover as reivindicações de liberdade, justiça e bem-estar, independentemente de quem reprime, ou de quem é reprimido, ou de quem manda reprimir.