A UNITA lançou um comunicado veemente a propósito das perseguições dos seus militantes. Apresentou provas e testemunhos. Acredito que, por aí, captou a simpatia da população.
Lamentável é a total falta de senso de Estado, de clareza de conceitos e de isenção no retrato do próprio país. Para além de querer capitalizar sobre um descontentamento que se está a gerar sem ela, fora dela e que nem sequer deu sinais públicos ainda.
Confundindo tudo, o comunicado da UNITA mistura liberalismo, pobreza, burguesia, MPLA, estrangeiros e... falar bem português. Se a UNITA, uma vez no poder, expulsasse os estrangeiros todos, marginalizasse os que falam bem português, acabasse com a burguesia e suprimisse o liberalismo ficávamos mais atrasados que a Coreia do Norte. Querem repetir os erros do partido único? É por isso que o povo não vê a UNITA como alternativa, embora a veja como um partido de oposição. Ela não fala do futuro. Não oferece um futuro aos angolanos. Oferece-lhes o passado novamente, com os mesmos defeitos de antes.
Angola precisa de uma oposição moderna, séria, com soluções concretas e credíveis. Além disso, precisa de quadros, uma equipa nacional não de futebol mas de quadros. Não é com preconceitos e ressentimentos que um partido vai galvanizar os quadros do país para melhorar a situação social e económica.