quinta-feira, 29 de março de 2018

Generais reagem mal à notificação de Nunda



A reacção é compreensível e justa. Não foram respeitados os procedimentos legais, como aliás reconheceu já quem praticou o erro. Prestou-se um mau serviço à Justiça, descredibilizando o combate à corrupção.



O General Nunda possui muito prestígio dentro e fora das FA's, tendo fama de íntegro, dialogante e competente. Isso torna o 'erro', além de ilegal, imoral e imprudente.



Mas se a reacção tem por base que ″a classe foi posta em causa″, então a reacção também é grave, injusta e pode promover a ilegalidade. Ao longo das décadas os militares achavam-se intocáveis, pelo simples facto de serem a força armada legal e isso também não é bom para a democracia nem para a justiça, portanto não é bom para a sociedade. Porque permite que se entenda que há classes inatacáveis e com as quais nenhum erro será cometido sob pena de... violenta reacção, que levará a impedir todo e qualquer acto de justiça. Isso é que é perigoso. Qualquer grupo social sabe que podem ser cometidos erros contra um dos seus membros e tem o direito e o dever de exigir a imediata correcção. Mas isso faz-se, não por ser este ou aquele grupo, sim por se ter cometido ilegalidade, ou seja, faz-se apelando ao rigoroso cumprimento da Lei e não à honra ofendida dos militares. O ofendido foi uma pessoa, o facto de se tratar de um militar (e chefe das Forças Armadas) não esteve na causa da ofensa, portanto não se ofendeu a classe. Podia manifestar-se a solidariedade com a pessoa, mas é mau sinal que em nome de um bloco social inteiro se reaja desta forma. Porque os militares, tanto quanto os civis, podem ser investigados - e, tanto quanto os civis, são inocentes até prova de culpa. Perante a justiça, não constituem classe à parte.



Uma vez dito isto, sublinho que também eu me solidarizo com o General Nunda - embora isso não tenha qualquer importância para alguém além de mim.



Generais reagem mal à notificação de Nunda: ″A classe foi posta em causa″:



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terça-feira, 20 de março de 2018

Governo de Benguela interrompe contratos com empresas de recolha do lixo por falta de dinheiro



Velhas estórias, a cheirar mal - e agora atiram a despesa para os municípios. Assim parece que a descentralização para os municípios vai servir só para jogar despesas e responsabilidades para baixo. 



Governo de Benguela interrompe contratos com empresas de recolha do lixo por falta de dinheiro:



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segunda-feira, 12 de março de 2018

Comissão de inquérito à dívida pública proposta pela UNITA rejeitada no Parlamento



A iniciativa da UNITA foi muito oportuna: ou o partido-estado se desmascarava e não assumia a comissão de combate à corrupção, ou João Lourenço mostrava que tinha realmente condições para combater a corrupção 



No segundo caso, teria conversado antes com a oposição no sentido de se fazer uma proposta consensual, para não parecer que ia a reboque dos outros e para esfriar os populismos contrários.



Mas o MPLA mostrou que não tem condições para combater a corrupção, pelo menos ao mais alto nível - e o problema da dívida pública tem origem na corrupção. Cada vez mais, para se manter no poder, o Presidente da República tem de ir atrás do que dizia combater. E como é que ele queria fazer dieta com gorduras?



Comissão de inquérito à dívida pública proposta pela UNITA rejeitada no Parlamento:



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