quarta-feira, 17 de maio de 2017
17 de maio de 1997
Não é só o dia de Benguela. Na história da humanidade, como era de se esperar, muitos acontecimentos houve num dia 17 de maio.
Mais próximo de nós no tempo e no espaço, foi o 17 de maio de 1997. Nesse dia, após uma curta guerra bem sucedida, à frente de um exército muito apoiado nos tutsis e numa até hoje não assumida brigada angolana, Laurente Desiré Kabila (n. 1939, em Likasi), antigo apoiante de Lumumba, instalou-se no poder com o grupo que o chamou para liderar a revolta. Era uma Frente, portanto uma aglutinação de várias forças diferentes mas com o mesmo inimigo - no caso, Mobutu e seus órfãos (órfãos de pai vivo). Chamava-se Frente das Forças Democráticas para a Libertação do Congo-Zaire.
O seu consulado foi o caminho rápido para uma nova ditadura com os velhos problemas de corrupção, nepotismo, abuso de poder, etc. A 16 de janeiro de 2001, um militar da guarda presidencial, durante um levantamento, feriu-o de morte. A 26, como em qualquer monarquia socialista (v. a Coreia do Norte), sucedeu-lhe o filho, Joseph Kabila, que arrastou o país para mais conflitos, guerras, abuso de poder, corrupção, detenções arbitrárias, repressão e agora ainda se tenta agarrar ao poder a todo o custo.
A tal Democracia e a tal Libertação, da Frente das Forças Democráticas para a Libertação, deram nisto. Do nome do grupo ficou apenas a Força, reduzida à expressão singular. Dos apoios de Angola não se falou mais.
É por isso que é preciso ter cautela com certas 'libertações', certas 'forças democráticas' e populares, enfim, é preciso cautela com levantamentos, sedições, guerrilhas. Sem deixar de exigir as mudanças necessárias, é preciso assegurarmo-nos de que, afinal, não vamos pôr outros a fazer o mesmo ...ou pior... regressando ao passado.
Parabéns, Benguela!
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