Realmente, a reforma do regime cubano é ilusória, o que se passa está bem mais próximo do que este artigo descreve:
The Illusion of Cuban Reform: Castro Strikes Out | World Affairs Journal
terça-feira, 16 de julho de 2013
segunda-feira, 15 de julho de 2013
anjos e cliques
Assegura o Semanário angolense que o novo governador de Benguela estará ansioso por substituir os seus vice-governadores e outras chefias.
Caso o faça, terá mais um acto de coragem. Isaac dos Anjos é polémico, erra como qualquer pessoa erra, mas não lhe tem faltado coragem. No caso, também lucidez. Porque o maior entrave ao desenvolvimento de Benguela é a existência de uma clique de chefias e vice-governadorias que se vai mantendo desde os tempos de Dumilde Rangel pelo menos e que domina todos os cordelinhos do poder local. Essa clique não soube interpretar o momento histórico e, portanto, não soube preparar a província para a viragem decisiva em direcção ao desenvolvimento. Não percebeu também, a tempo (ou seja: há vários anos atrás), que Lobito, Catumbela, Benguela e Baía Farta, hoje, devem ser entendidos como uma grande cidade, uma segunda Luanda, e geridos como tal. Para não perderem o seu poder, entravam tanto quanto possível os indícios de mudança e de progresso, bloqueiam sobretudo exigências de rigor e de eficácia - porque sabem que vão perder sempre nesse campo, todos estes anos deram mostras disso mesmo. A sua incapacidade para compreender os graves problemas sociais que se geraram, devidos ao crescimento desordenado da população urbana do litoral, intensifica a potencialidade explosiva desses mesmos problemas e dificilmente a polícia, ou alguns favores e ameaças veladas, resolvem uma crise social tão grave.
Para mudar Benguela (cidade e província) é preciso, realmente, cortar o mal pela raiz. A raiz do mal é, neste momento, uma elite ineficaz que, ao longo de pelo menos duas décadas mostrou apenas capacidade para criar redes de compadrio, protegendo os medíocres em nome da sua própria estabilidade e deixando os problemas avolumarem-se na crença de que sempre ficarão à margem... Actuações como a da Omunga destapam de vez em quando o sol, mas é pouco, porque nas províncias a liberdade é muito limitada ainda, precisamente por causa das cliques que entretanto se criaram e paralisam toda a actividade criativa, crítica e inovadora em nome do seu controlo absoluto sobre a vida local.
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